Mil e uma vezes eu inventei mil e uma desculpas para nao ir embora. E nao se trata somente do processo de imigracao para o Canada. Estou em Israel ha 16 anos. No comeco tudo era novidade e eu nao sentia a hostilidade que sinto hoje. Mas apos 4 anos, mais precisamente, 2 dias apos minha festa de casamento (a festa foi 2 anos apos o casorio) eu encrenquei que nao queria mais morar aqui e que queria ir embora (bom, ja havia fisgado meu peixe, era hora de tirar a rede, e puxar meu barco pra praia ... rsrss). Mil e um motivos foram dados, aceitos e implementados.
Aceitava todas as explicacoes do meu marido, mas na verdade o que nao sabia entao - e hoje sei (olhem so como estou sabidinha) e que eu simplesmente nao estava pronta pra ir. Usava os motivos dele como se fosse o que realmente me impedisse de fazer o que eu queria.
No comeco de 2008 eu estava com passagens em maos pra voltar para o Brasil e ca estou. Hoje com minha "grande sabedoria" sei que nao era a hora e nem o lugar certos. Tambem nesta oportunidade usei das ciscunstancias para justificar o porque de eu estar abrindo mao do sonho de nao morar mais aqui.
Foi entao que surgiu a ideia de imigrar para o Canada. Deus soprou esta ideia e ela imediatamente brotou no meu coracao, e posteriormente no coracao do maridao tb.
A cada passo dado no processo eu vibrava, feliz em ver que cada dia mais o sonho estava perto de se realizar. E claro que houve momentos de ansiedade e impaciencia. Licoes essas foram aprendidas, passadas e repassadas (agora sou a paciencia em pessoa ... kkkk).
Surpreendentemente, quando fizemos os exames medicos (ou seja, agora e pra valer!) eu entrei numa paranoia irracional, sentimental, que so de relembrar tenho vertigens ... minha auto-estima foi abaixo. Eu nao me compreendia, nao conseguia aceitar o que estava sentindo/pensando. Cade a mulher forte e determinada de sempre? Onde esta a filha da minha mae? Quem foi que roubou minha bussola? Por que me sinto tao perdida? Como posso pensar em ser o comandante desse barco se na hora da "tempestade" eu entro em pane (justo na hora que devo provar minha lideranca)?
??????? Minha vida se tornou uma grande icognita. (quanto drama!)
Eu me apegava a qualquer coisa que pudesse adiar nossa partida, adiar a decisao de ir embora. Ate uma outra gravidez eu ja estava planejando e com consequencia dela adiar a viagem por um ano.
Depois que encontrei minha bussola, eu canalizava minhas energias e pensamentos em busca de um caminho para que o "processo de partida" fosse indolor. E planejava e replanejava ...
Nao sei como ou quando eu fui tocada pela luz Divina: ontem a tarde, conversando com a professora da Gabriela, eu disse uma frase (e depois quando cheguei em casa me dei conta do que disse) que mudou totalmente meu estado animico e reabasteceu minhas energias. Conversavamos sobre a partida e eu disse a ela: "nao tem um jeito facil de fazer isso - ir embora, sera dificil e vai doer".
Agora que nao me sinto mais "em pe de guerra" com esta situacao, nao me sinto mais na obrigacao de encontrar uma forma de deixar o pais, emprego, amigos e tudo mais, sem que seja dificil pro meu marido, para minhas filhas e pra mim. e por incrivel que pareca, o fato de saber e aceitar este fato fez com que ficasse um pouco menos dificil. Cai na real: nao sera indolor, nao pode ser. Se fosse seria sinal de que alguma coisa nao anda bem, afinal, e uma vida inteira. Sao as raizes do maridao, sao 16 anos que investi neste pais, e' um mundo inteiro que construimos juntos e separados. Se fosse facil acho que seria um sinal de que nao vivemos com plenitude esses anos.
O meu (do marido, na verdade, mas repercute em toda familia) dilema empregacional, como o de muitos brasileiros, e compreensivel. Meu marido tb e funcionario publico federal aqui, o que significa aqui em Israel emprego vitalicio. Nao e facil, mas por outro lado posso pensar que ele e tao bem sucedido que conseguiu entrar neste emprego. No caso dele foram 13 meses de provas e entrevistas. Mas, hey!, que bom que ele e bem sucedido! Se conseguiu este emprego e sinal de que tem potencial e podera conseguir outro ou melhor.
Bom, e isso. Agora que nao estou mais "nadando contra a corrente" parece que ela (a corrente) nao esta puxando tanto assim ...
super beijos a todos!
!Bonne Chance! Paola
Aceitava todas as explicacoes do meu marido, mas na verdade o que nao sabia entao - e hoje sei (olhem so como estou sabidinha) e que eu simplesmente nao estava pronta pra ir. Usava os motivos dele como se fosse o que realmente me impedisse de fazer o que eu queria.
No comeco de 2008 eu estava com passagens em maos pra voltar para o Brasil e ca estou. Hoje com minha "grande sabedoria" sei que nao era a hora e nem o lugar certos. Tambem nesta oportunidade usei das ciscunstancias para justificar o porque de eu estar abrindo mao do sonho de nao morar mais aqui.
Foi entao que surgiu a ideia de imigrar para o Canada. Deus soprou esta ideia e ela imediatamente brotou no meu coracao, e posteriormente no coracao do maridao tb.
A cada passo dado no processo eu vibrava, feliz em ver que cada dia mais o sonho estava perto de se realizar. E claro que houve momentos de ansiedade e impaciencia. Licoes essas foram aprendidas, passadas e repassadas (agora sou a paciencia em pessoa ... kkkk).
Surpreendentemente, quando fizemos os exames medicos (ou seja, agora e pra valer!) eu entrei numa paranoia irracional, sentimental, que so de relembrar tenho vertigens ... minha auto-estima foi abaixo. Eu nao me compreendia, nao conseguia aceitar o que estava sentindo/pensando. Cade a mulher forte e determinada de sempre? Onde esta a filha da minha mae? Quem foi que roubou minha bussola? Por que me sinto tao perdida? Como posso pensar em ser o comandante desse barco se na hora da "tempestade" eu entro em pane (justo na hora que devo provar minha lideranca)?
??????? Minha vida se tornou uma grande icognita. (quanto drama!)
Eu me apegava a qualquer coisa que pudesse adiar nossa partida, adiar a decisao de ir embora. Ate uma outra gravidez eu ja estava planejando e com consequencia dela adiar a viagem por um ano.
Depois que encontrei minha bussola, eu canalizava minhas energias e pensamentos em busca de um caminho para que o "processo de partida" fosse indolor. E planejava e replanejava ...
Agora que nao me sinto mais "em pe de guerra" com esta situacao, nao me sinto mais na obrigacao de encontrar uma forma de deixar o pais, emprego, amigos e tudo mais, sem que seja dificil pro meu marido, para minhas filhas e pra mim. e por incrivel que pareca, o fato de saber e aceitar este fato fez com que ficasse um pouco menos dificil. Cai na real: nao sera indolor, nao pode ser. Se fosse seria sinal de que alguma coisa nao anda bem, afinal, e uma vida inteira. Sao as raizes do maridao, sao 16 anos que investi neste pais, e' um mundo inteiro que construimos juntos e separados. Se fosse facil acho que seria um sinal de que nao vivemos com plenitude esses anos.
O meu (do marido, na verdade, mas repercute em toda familia) dilema empregacional, como o de muitos brasileiros, e compreensivel. Meu marido tb e funcionario publico federal aqui, o que significa aqui em Israel emprego vitalicio. Nao e facil, mas por outro lado posso pensar que ele e tao bem sucedido que conseguiu entrar neste emprego. No caso dele foram 13 meses de provas e entrevistas. Mas, hey!, que bom que ele e bem sucedido! Se conseguiu este emprego e sinal de que tem potencial e podera conseguir outro ou melhor.
Bom, e isso. Agora que nao estou mais "nadando contra a corrente" parece que ela (a corrente) nao esta puxando tanto assim ...
super beijos a todos!
!Bonne Chance! Paola
2 comments:
Com certeza seu marido vai tirar de letra e com o tempo vai achar algo muito bom aqui. Continuamos na torcida por voces.
E a vida segue...
Oi Paola, é muito interessante acompanhar esse período de reflexão que você está passando. Como estou atrasada nos blogs, li seus últimos três posts de uma só vez, e acho este processo importantíssimo para prepará-la para o começo de vida aqui.
Você está certa, não será indolor, justamente por tudo o que construíram nesses anos. Mas é preciso manter o foco e enxergar adiante. Depois de um tempo, a adaptação fica mais fácil e nos sentimos mais integrados.
Acho que agora, com a cabeça mais tranquila, você pode se concentrar naquilo que fará toda a diferança na chegada de vocês, que é um bom planejamento...
Ainda pretendem vir para Gatineau? Se precisar bater um papo via skype para tirar dúvidas ou conhecer mais sobre a realidade local, me avise, ok? Programamos algo entre uma mamada e outra aqui.
Grande abraço e tudo de bom!!!
Pati
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