Antes de eu imigrar minha mente nao estava a mil por hora, como esta agora, e eu tinha uma certa paz de espirito e serenidade interior para simplesmente dancar com elas, montar quebra-cabecas, brincar de pique-esconde, fazer castelos na areia, ler um livro, e acima de tudo tinha paciencia para ouvi-las.
Desde que chegamos aqui estou num ritmo interior frenetico. Nao tenho paciencia, nao quero ouvir, nao quero investir meu tempo alem do minimo necessario ... so quero fazer "minhas" coisas. Quero ler, estudar, buscar emprego, conversar com adultos. Nao quero separar briga nem dar um veredicto nas intrigas (normais) de irmas, nao quero ver brinquedos espalhados pela casa toda, nao quero gritaria, nao quero cantoria, nao quero ter que ajudar alguem o tempo todo sem parar, nao quero dedicar tanto tempo com dever de casa "alheio", e nao quero ser compreensiva o tempo todo. Ja nao aguento mais limpar o chao apos a refeicao e me perguntar se eram criancas comendo ou galinhas ciscando, lavar uma tonelada de roupa, uma pilha de pratos. Nao me entendam mal, nao estou sofrendo pelo fato de nao ter empregada. Nunca tive desde os 18 anos quando sai de casa. Sempre fiz tudo sozinha, nem faxineira eu tinha, e mesmo assim com as 3 filhas. Realmente nao sei o que se passa comigo.
As vezes me sinto culpada, as vezes egoista, e as vezes me sinto normal. Mas o fato e que elas nao fizeram a escolha de imigrar. Nao tiveram escolha em nos acompanhar e especialmente por isso nao tem que aturar minhas ocilacoes hormonais ...
Mas e um fato comprovado, estou sem "tempo emocional" para elas. E agora ... o que e que eu faco?
Alguem ja passou por semelhante situacao e quer me dar uma dica?
Beijos!
Bonne Chance! Paola
3 comments:
Bom, vou deixar uma sugestão, vc poderia procurar ajuda com um terapeuta floral aí na sua cidade.
Isso que vc está passando poderá ser uma estafa, tendo em vista por tudo que passou e estás passando. Fora as cobranças interiores, em saber qdo estará empregada etc etc.
Se cuida.
Abraço.
Ai querida, não é nada fácil mesmo esta vida de multi-mulher, eu te entendo perfeitamente (apesar de ainda não ter chegado aí) já morei em outro país por alguns anos e sei que não é nada fácil a pressão dos primeiros meses, mas olha, acho que tem fases que estamos assim mesmo, e eu tb estou me sentindo assim com relação as minhas gêmeas (infelizmente), o estresse diário por morar numa cidade como São Paulo, ser mãe e trabalhar fora, grana curta, marido, casa e tudo mais, não tenho conselhos infelizmente para te dar, somente gostaria de te dizer que vc não esta sozinha neste barco.
Que agente tenha força e sabedoria para passar por estas fases mais complicadas ...
Abs e tudo de bom !!!
Fala, Paola!!!
Bem, voce sabe que estamos no mesmo barco e voce viu como eh o nosso dia-a-dia aqui em MTL. Para nos que moravamos no Brasil, nao eh dificil ter uma empregada ou mesmo uma diarista alguns dias por semana, entao, esse periodo de adaptacao tem sido dificil para nos tambem, especialmente para a Cris que tem ficado em casa com o bebe. A gente tem que mudar o jeito que fazemos as coisas, pois no Brasil tinhamos tudo limpinho todo dia e agora nao da pra ser assim mais, senao a gente nao vive. O que temos tentado e tem dado certo eh dar tarefas para as criancas, dentro da sua capacidade. Creio que as meninas ja possam por exemplo arrumar a caminha ou levar o prato sujo para a pia depois de comer, sei la. Isso foi dificil no comeco com os nossos, mas depois a coisa vai engrenando... Outra coisa que fizemos foi comprar mais louca para sujar tudo e lavar na maquina durante a noite. Antes a gente nao tinha muita e faltava durante o dia e tinhamos que lavar. O que da mais trabalho eh cozinhar, e isso e dificil, pois podemos tentar comprar algumas coisas prontas ou pre-cozidas, mas comprometemos a saude e sei que voce valoriza bastante isso. Para concluir, temos que deixar a vida mais pratica e isso inclui reduzir nosso padrao de exigencia. Creio que. assim a vontade de estar com as meninas vai aparecer de novo, pois o stress se reduzira...
Abracao e a Paz
Igor Schultz
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